Marcelo Rebouças e Karina Bellinfanti,
Proprietários da Cave Nacional
“Não existe ‘o melhor vinho’ e sim,
Aquele que você mais gosta.
1. Fale um pouco sobre vocês e como começaram a história com os vinhos.
Nós somos o que chamamos de “bebólogos”... Gostamos de vinhos, bebemos vinhos, mas não somos sommeliers. Visitamos muitas vinícolas ao redor do mundo por diversão, bebemos muita coisa, mas sem a intenção de nos tornarmos experts... É apenas diversão e prazer.
2. Como surgiu a Cave Nacional? Por que comercializar apenas vinhos brasileiros?
Voltávamos de uma viagem pela Toscana, onde visitamos muita vinícolas. Falávamos sobre a tradição do vinho local na Europa e como no Brasil não dávamos importância para os vinhos locais, mesmo com a alta qualidade das safras nos anos recentes. Nosso diagnóstico foi a de que não havia canal de distribuição para a produção brasileira, geralmente as pessoas tomavam estes vinhos somente nas visitas as vinícolas e não os encontravam facilmente para compra posterior. O momento era oportuno também pelo cenário da desvalorização do Real. Decidimos apostar.
3. O Brasil tem se destacado na produção de vinhos com qualidade. Vocês acham que o vinho nacional tem o respeito que ele merece?
O respeito tem melhorado. Pessoas que conhecem de vinho reconhecem a alta qualidade de muitas vinícolas brasileiras e de seus produtos. A luta agora é o preço. Brasileiros reclamam que o vinho nacional é caro, mas precisamos convencê-los que produtos de qualidade importados e no mesmo padrão dos vinhos nacionais, possuem preços equivalentes. Não podemos comparar um vinho nacional de alto padrão com os vinhos de entrada chilenos ou argentinos que chegam nos supermercados a R$40,00.
4. O brasileiro, na maioria das vezes, ainda opta por comprar vinhos importados. Na opinião de vocês, quais são os principais fatores que levam a tal escolha?
A grande disponibilidade de produtos importados mais simples a preços menores, além da enorme oferta de importados nas grandes redes varejistas, que ainda não tem tradição na venda de produtos nacionais de qualidade.
5. Hoje, há uma diversidade muito grande de vinhos no mercado. Quais critérios devem ser levados em consideração para não errar na escolha do vinho?
Os iniciantes podem optar por escolher vinhos com pontuações em guias reconhecidos, como o Adega ou Descorchados. Outra tática é escolher um tipo de uva da sua preferência, ou região do velho mundo, e sempre apostar nestes na hora da compra.
6. Sobre seus vinhos preferidos… qual nunca falta na adega de vocês?
Cabernet Francs brasileiros e o Tannat 2007 da Cave Nacional. Nos brancos, os tradicionais Chardonnays barricados.
7. Que dicas vocês dariam para quem quer começar a caminhar neste universo?
Bebam de tudo e elejam preferências baseadas em seu gosto pessoal. Não existe “o melhor vinho” e sim aquele que você mais gosta.
8. Faça uma sugestão de um vinho e o prato que melhor harmoniza com ele.
Nosso Cave Nacional Tannat 2007 com pizza de presunto Parma! Nossos favoritos!