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Enotria – A arte dos vinhos italianos

A história do vinho na Itália nasce junto com a história da própria Itália. Os gregos já conheciam a importância da viticultura na península quando batizaram a região de “Enotria” ou “ Terra dos Vinhos”.


A Itália é um dos maiores produtores de vinhos no mundo. Possui uma grande variedade de uvas e vinhos. Por isso, conhecer suas diversas áreas de produção pode ajudar a entender melhor o que estamos bebendo.


A 🍇 que reina por lá é a Sangiovese, também conhecida como: prunollo gentile em Montepulciano, brunello em Montalcino, morellino perto de Grosseto. É uma uva tinta que produz vinhos ricos em taninos, fortes e encorpados. Pode ser encontrada por várias regiões da Itália: Ligúria, Toscana, Emília-Romanha, Úmbria, Lácio, Abruzos, Molise. É a principal uva utilizada nos vinhos Chianti, Brunello di Montalcino, Rosso di Montalcino, sendo também utilizada nos cortes dos "Super Toscanos".


Outras 🍇🍇 que também são muito produzidas no país são: Trebbiano ( branca _ Toscana, Úmbria, Emília-Romanha, Marcas, Lácio, Abruzos), Montepulciano ( tinta _ Abruzos, Molise), Catarratto ( branca _ Sicília), Merlot ( tinta _ Vêneto, Friul-Veneza Julia, Toscana, Úmbria, Lácio), Barbera ( tinta _ Piemonte), Chardonnay ( branca _ Lombardia, Trentino-Alto Adige, Friul-Veneza Julia, Puglia), Glera (antiga prosecco - branca _ Vêneto), Pinot Grigio ( branca _ Trentino-Alto Adige, Friul-Veneza Julia, Molise), Nero D’avola ( tinta _ Sicília)


Segundo o Enólogo e Sommelier Rafael Puyau : “Se você quer conhecer um pouco mais sobre os vinhos italianos de qualidade, vale dar uma lida no guia elaborado pela editora Gambero Rosso. O guia Vini d'Italia é um dos mais influentes guias de vinhos italianos. Eles analisam mais de 20 mil vinhos e atribuem uma pontuação a cada um deles.”


Rafael Puyau é um amante dos vinhos italianos e fez recentemente uma viagem para a terra do “Mama Miiiia”, “Peperooone”, "Mio Bambiiiino"... Voltou fascinado e louco por compartilhar esta experiência.

Então, no dia 29-ago-17 realizou a 1ª edição do Enotria – a arte dos vinhos italianos.

Rafael nos levou a uma incrível viagem pela Itália, de Norte a Sul, passando pelas regiões da Campânia, Toscana, Vêneto e Piemonte.

E foi um sucesso só! 👏👏👏👏


A nossa viagem começou na região do Vêneto, norte da Itália.

Capital: Veneza.

O Vêneto é a oitava maior região da Itália e a maior exportadora de vinhos.

Foi a partir da década de 60 que a região passou a produzir grande quantidade do vinho branco suave e dos tintos Valpolicella e Bardolino. Além desses, os destaques da região são: o tinto Amarone, o espumante Prosecco e vinhos doces, feitos pelo método recioto (concentra o açúcar das uvas).


Outras 🍇🍇 também podem ser encontradas em excelente qualidade: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Pinot Grigio, Corvina, Molinara, Rondinella e Negrata.

Agora que já conhecemos um pouco do Vêneto, vou falar do espumante que experimentamos: 🍷 DEDICATO PROSECCO D.O.C.🍷

Um espumante extra-dry feito da 🍇 glera, que antigamente se chamava prosecco. A mudança do nome foi uma tentativa de acabar com a confusão entre o tipo do vinho e a uva.

De cor amarelo ouro e perlages intensas, este vinho de entrada aguça as nossas papilas gustativas devido à sua acidez presente. Traz à boca uma doçura perceptível mas extremamente agradável, elegante e fácil de beber.


*O termo extra-dry indica que este espumante está no meio termo entre o "Brut", a versão mais seca, e o "Dry", a versão mais doce, de modo que ele possui um leve açúcar residual natural.

* Prosecco é um tipo de vinho produzido dentro das regiões demarcadas pelos produtores da região de Valdobbiadene. Eles patentearam suas técnicas e métodos de produção, não permitindo assim que outras vinícolas fora dessas regiões utilizem o nome de prosecco.


A segunda parada foi a Campânia, sul da Itália.

Capital: Nápoles.


A Campânia tem a mais alta densidade populacional das regiões italianas, mas é a segunda, em número total de habitantes.


Uma característica marcante da região é a variedade de climas e terroirs encontrados nas áreas onde as 🍇🍇 são cultivadas.

Com limites a oeste e sudoeste com o mar Tirreno, a noroeste com o Lácio, ao norte com Molise, a nordeste com Puglia e a leste com Basilicata, as 🍇🍇 ficam expostas a elevada incidência solar, verões secos e quentes e aos solos vulcânicos do Vesúvio. A brisa do mar Mediterrâneo contribui para amenizar as temperaturas, aumentando a qualidade das 🍇🍇 e, consequentemente, dos vinhos.


Uma 🍇 muito cultivada na região é a Falanghina, que apresenta bagas com coloração amarela esverdeada e revestidas por uma fina camada de cera protetora. Os vinhos produzidos a partir dela possuem um leve aroma de pinho, notas críticas e florais, em particular, de laranja. Essa 🍇 é responsável pela elaboração dos vinhos Falerno del Massico e Galluccio.


E então, chegamos no nosso segundo vinho: 🍷 FALERNO DEL MASSICO 🍷

Como não começar falando dessa cor?!

Um amarelo ouro intenso, vivo, brilhante, típico de vinhos envelhecidos e com passagem em barrica.


Será que um vinho branco de 2011 está bom?

Sim, está ótimo.

Apesar do nariz trazer aromas de damasco, abacaxi e especiarias doces, no paladar ele é seco, com acidez presente e persistente.

Sua idade lhe confere uma estrutura que preenche a boca e deixa o paladar fresco até a última gota. Um vinho gastronômico.


Continuando nossa viagem, Rafael nos fez voltar à região do Vêneto e revisitar um rótulo bem clássico na Itália e muito comum aqui em terras brasileiras: 🍷 BOLLA VALPOLICELLA CLASSICO D.O.C. 🍷

Quem nunca provou o Bolla?!

Fácil de achar nos mercados e restaurantes, o Bolla é um vinho de acidez e taninos presentes que nem sempre agrada aos paladares.

Então, deixe ele na sua taça descansando por alguns minutos, você logo perceberá sua evolução: muitas frutas vermelhas no nariz, corpo leve, macio e que pede comida. Um vinho versátil, fácil.

Sua composição com 75% de corvina lhe confere cor e longevidade, mostrando que este jovem de 2015 ainda tem muito chão pela frente na curva da evolução.


* O termo Classico indica a região origem onde o vinho está sendo produzido.


* O termo D.O.C. (Denominação de Origem Controlada) é usado por vinhedos registrados em uma determinada área geográfica delimitada. Sua produção é limitada por regulamentos específicos, que também determinam o teor mínimo de álcool e um eventual envelhecimento. Os termos DOC correspondem a nomes geográficos (Colli Piacentini, Ischia, Bardolino, Orvieto, etc.) ou o nome do vinhedo que em alguns casos, precede o nome geográfico (Amarone, Brunello di Montalcino, etc.).


* Este vinho é composto pelas 🍇🍇 corvina (75%) e rondinella (25%).


Pegando um carro em Vêneto, logo chegamos à Toscana, centro da Itália.

Capital: Florença.

P.S.: Se beber não dirija. 😉


Ahhhh... a Toscana... Tantas coisas me vêm a mente quando penso na Toscana: Brunello di Montalcino, os Supertoscanos, Chianti, Galo Negro, ...

Peraí... Galo Negro??? O que é isso???

E o que são os Supertoscanos????

São vinhos de extrema qualidade produzidos na região, que por algum motivo (área geográfica, rendimento, métodos de vinificação e/ou maturação, etc...) não se encaixam nas regras estabelecidas das denominações de origem clássicas.


Lendas à parte, a Toscana é uma das maiores regiões italianas em território e número de habitantes, sua produção vinícola vem desde a ocupação humana na região. Sua 🍇 principal é a sangiovese. Ela amadurece lentamente e a maturação é tardia. Com peles relativamente finas, ela tem uma tendência a apodrecer na umidade ou não amadurecer bem. Então, o clima quente e seco que a Toscana proporciona é o lugar ideal para a Sangiovese. Os rótulos mais conhecidos da região são o Chianti Classico, o Vino Nobile de Montepulciano, o Vernaccia di San Gimignano e o Brunello di Montalcino.


Diante de tantas opções, qual será o vinho que o Rafael trouxe pra gente?

Difícil escolha né? Por isso então que ele não resistiu e trouxe 2 toscanos para nossa degustação. 😱😱


O primeiro foi o 🍷 CHIANTI CLASSICO D.O.C.G 🍷

Sua cor já demonstra a elegância que este vinho carrega.

Seus aromas de madeira, na medida certa, se misturam aos intensos aromas de frutas.

Um vinho complexo, com estrutura, acidez presente e uma incrível maciez. Um vinho que acompanha bem uma bela carne.


* O termo D.O.C.G (Denominação de Origem Controlada e Garantida) é atribuído aos vinhos que já foram reconhecidos DOC por pelo menos cinco anos e que são considerados de valor particular em relação à sua qualidade. Os novos regulamentos europeus mudaram esses nomes. A partir de 2009/2010, os vinhos europeus DOC / DOCG e IGT, respectivamente, devem ser identificados como DOP e IGP, a menos que não tenham especificamente pedido para ficar com as siglas anteriores.


* Este vinho é composto pelas 🍇🍇 sangiovese (90%), cabernet sauvignon (5%), merlot (5%).

O segundo toscano foi: 🍷 ROSSO DEL COLLE I.G.T. 🍷

Um vinho de entrada que traz ao nariz um aroma adocicado de frutas maduras, em compota, como a ameixa.

Seu paladar é estruturado, potente, macio, jovem, persistente. Bem saboroso mas ainda precisa evoluir.

Ótimo potencial de guarda.


* O termo IGT (Indicação Geográfica Típica) é mais genérico e usado para indicar os melhores vinhos de mesa obtidos a partir de amplas áreas de produção.


* Este vinho é composto pelas 🍇🍇 sangiovese (90%), merlot (10%).


* A produtora Donatella Cinelli Colombini comanda e administra uma equipe exclusivamente composta por mulheres, caso único na Itália. Subdividida em duas empresas – a Fattoria del Colle di Trequanda e a Casato Donne di Montalcino Prime –, os vinhedos localizam-se na encruzilhada onde se produzem alguns dos grandes tintos da Toscana, sobre as colinas de Montalcino, Chianti e da área nobre de Montepulciano. Ali se originam alguns clássicos da vinícola como o Chianti Superiore D.O.C.G., o Rosso Orcia D.O.C., o Cenerentola, os Toscana IGT Rosso e o Vin Santo, além de azeites e trufas brancas.

Saindo da Toscana, o próximo e último destino foi o Piemonte, noroeste da Itália.

Capital: Turim.


Piemonte é uma das famosas regiões produtoras da Itália, conhecida pelos lendários tintos Barolo e Barbaresco. São vinhos de extrema qualidade. A região está em alta e seus vinhos são cada vez melhores e mais disputados. Possui vinhedos tombados como Patrimônio Universal pela Unesco, em 2014, que preenchem todo o relevo, principalmente na região do Langhe.


A região do Piemonte apresenta mais de 16 Denominações de Origem Controlada e Garantida (DOCG) e 42 Denominações de Origem Controlada (DOC), ocupando o primeiro lugar na Itália em vinhos protegidos pela mais alta chancela.


* 🍇 nebbiolo: neblina, nebbia piemontesa.


Mas, infelizmente, não foi dessa vez que eu tive a sorte de experimentar um desses ícones italianos. Mas, o Rafael, mais uma vez, não decepcionou: trouxe 2 vinhos. Na verdade, era pra trazer 1 só, mas aí, o fornecedor se confundiu com a garrafa e acabou mandando de 🍇🍇 diferentes.

Opa... sorte a nossa!!! 🍀


E o primeiro deles foi: 🍷 DAMILANO DOLCETTO D'ALBA D.O.C. 🍷

Um vinho interessante. Com aromas adocicados e paladar leve, jovem, taninos presentes, que precisa evoluir.

Guarde ele por mais 5 anos e você beberá um novo vinho.


* Apesar do nome, Dolcetto D'Alba, este é um vinho seco. Os vinhedos de Dolcetto são plantados nas regiões mais frias e de altitudes mais elevadas, onde as outras variedades teriam dificuldade para amadurecer. Isso porque essa 🍇 amadurece bem depressa, então, o frio ajuda a variedade a manter a acidez e evita o amadurecimento prematuro.


O segundo vinho foi: 🍷 DAMILANO BARBERA D'ASTI D.O.C.G. 🍷

O vinho foi colocado no decanter aproximadamente uns 20 min antes de vir para minha taça e se mostrou um vinho bastante aromático, cheio de frutas, bom corpo, macio, com álcool e taninos equilibrados.

Se conseguir (pra mim é difícil... 😆), guarde ele por mais 5 anos. A evolução será incrível.


E assim, fechamos a nossa degustação!!!

ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Mas eu já soube que terá uma nova edição!!!

eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee


Quero agradecer, em primeiro lugar, ao Rafael Puyau que me proporcionou esta experiência única de aumentar o meu conhecimento sobre um país tão rico de informação e de vinhos inigualáveis.

Agradeço também a parceria da Vinissimo Importadora e ao Espaço Gourmet Camicado.


Que venha a 2ª edição!!!

Enquanto isso, pegue sua taça e... Tim-Tim! 🍷🍷





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