Webinário - Mendoza - entre tangos e vinhos
- Ana Borba
- 13 de mar. de 2018
- 3 min de leitura

Bife de chorizo, futebol, cordilheira dos Andes, tango e vinhos. Esses são alguns ícones quando falamos do nosso país vizinho, a Argentina. Apesar de toda a rivalidade no futebol entre Brasil e Argentina, rivalidade essa muita marcada por grandes jogos recheados de emoção, o brasileiro vem a cada dia se rendendo mais ao vinho argentino que teve recentemente um avanço muito grande. Eu diria que foi até um crescimento exponencial em termos de qualidade. O mercado brasileiro era tomado pelos vinhos chilenos mas agora os vinhos dos nossos "Hermanos" vêm aumentando sua fatia no mercado nacional. A Argentina apresenta um relevo muito variado e uma grande diversidade de climas. Suas regiões viníferas tradicionais abrangem uma extensa faixa a oeste do país e ao pé da Cordilheira dos Andes com altitudes variando desde 350 metros até 2000 metros acima do nível do mar. Com essa característica de relevo, a Argentina apresenta uma grande diversidade de vales com aspectos diferentes e que facilitam sua classificação. Os climas desses vales, geralmente desérticos, permitem cultivar em cada região as cepas mais aptas para cada uma delas.
Nos últimos anos o mapa da viticultura argentina tem se ampliado, afastando-se cada vez mais da Cordilheira dos Andes, e com uma acentuada tendência às regiões mais baixas com influência marítima. Hoje a Argentina vinícola se divide em:
Vales Calchaquíes - Salta, Tucumán e Catamarca
Vales de Famatina - La Rioja
San Juan
Mendoza - Região do norte e leste, região centro - Maipú e Luján de Cuyo
Vale de Uco
San Rafael
Vales Patagônicos - La Pampa, Neuquén, Rio Negro e Chubut
Dentre todas essas regiões e sub-regiões, a que mais se destaca é Mendoza, muito conhecida dos brasileiros pela qualidade de seus vinhos, mas outras regiões vêm se mostrando com grande potencial como Salta, conhecida pelos seus já famosos Torrontés e Rio Negro apresentando áreas de grande potencial para a vitivinicultura de qualidade. A Malbec, chegou na Argentina no final do século XIX, e é a queridinha dos argentinos quando se fala em vinhos tintos pois adaptou-se perfeitamente bem em Mendoza. É uma uva sensível de casca fina, que sofre com as mudanças bruscas de temperaturas, mas suporta muito bem o calor e o clima árido. Já a Torrontés é a eleita por eles como a cepa branca mais representativa de seu terroir por sua personalidade única de aromas intensos, doces e florais, seu ataque é geralmente refrescante, e também, suave e fresco.
O tango é a dança da carne, do desejo, dos corpos entrelaçados. O vinho argentino é por sua natureza potente, exuberante e desperta os sentidos de quem o degusta. O tango e o vinho são um diálogo novo, para um, a sedução é feita de movimento, o ir e vir, o encontro de dois mundos, já para o outro, não muito longe disso, a sedução está delimitada por uma taça que é um belo convite ao enófilo curioso para um universo de possibilidades e infinitas sensações. É um baile exibicionista, esteticamente belo, e ronda sem temores o universo lúdico entre homem e mulher, entre vinho e degustador.
O vinho baila na taça, se roçando em suas paredes como os sapatos dos dançarinos entre sensuais carícias enquanto o atônito degustador, eterno voyeur, se fascina e se deslumbra com a beleza do tácito romance que esse fermentado de uvas faz despertar em sua natureza, deixando os sentidos dos mais inocentes a flor da pele.
Já estão abertas as inscrições para o Webinário – Mendoza.
Data: 27-mar-18
Ingresso: R$50
Faça já sua inscrição 👉 aqui
Este evento é 100% online e organizado por Rafael Puyau.

Formado desde 2008 em enologia pelo CFPPA - Centre de Formation Professionnelle et Promotion d'Aude - em Narbonne no sul da França. Formado pelo Instituto de Vinhos da Argentina e pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RJ) como sommelier profissional, obteve o nível 3 pela escola londrina WSET - Wine and Spirits Education Trust em 2009. Recentemente obteve certificados FWS (French Wine Scholar) e CMS Introductory, das escolas Wine Scholar Guild e Court of Master Sommeliers, respectivamente
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